Aprendizado infantil: como ensinar a resolução de conflitos

A resolução de conflitos são fundamentais para crianças. Desde cedo, as crianças devem desenvolver habilidades não só relacionadas à coordenação motora, mas também às emoções, como autoconfiança, independência e resiliência, para assim resolver problema desde cedo.

O medo de falar sobre as emoções, especialmente aquelas consideradas pela nossa cultura como mais desafiadoras (como tristeza, raiva, frustração) faz com que os cuidadores não incentivem os pequenos a terem esse desenvolvimento emocional. 

Mas é justamente isso que pode torná-los mais seguros e autônomos para tomar algumas decisões. Veja a seguir como bonecas infantis e outros brinquedos podem te ajudar a trabalhar a resolução de conflitos com as crianças!

O que é resolução de conflitos?

A resolução de conflitos é o processo pelo qual as partes envolvidas em uma disputa trabalham juntas para encontrar uma solução que atenda às necessidades e interesses de todos os envolvidos.

Este processo envolve comunicação eficaz, compreensão mútua e busca por um terreno comum para chegar a um acordo satisfatório.

É fundamental reconhecer e abordar as diferenças de forma construtiva, buscando resolver o conflito de maneira pacífica e produtiva.

Formas de Resolução de Conflitos

Ensinar habilidades de resolução de conflitos desde a infância é essencial para o desenvolvimento social e emocional das crianças.

Existem várias abordagens eficazes para introduzir essas habilidades aos mais jovens. Um método popular é o ensino através do exemplo, onde os adultos demonstram como lidar com conflitos de forma calma e construtiva em situações cotidianas.

Além disso, o uso de histórias, jogos e atividades de role-playing pode ajudar as crianças a entenderem a importância da comunicação, empatia e cooperação na resolução de conflitos.

A mediação por adultos também desempenha um papel crucial, proporcionando um ambiente seguro para as crianças expressarem seus sentimentos e trabalharem juntas para encontrar soluções pacíficas.

Ao equipar as crianças com essas habilidades desde cedo, estamos capacitando-as para lidar com os desafios interpessoais ao longo da vida.

Conceber o erro como parte da vida

Na ânsia de ensinar as crianças a ter posturas e atitudes adequadas, os cuidadores podem acabar ensinando que o erro é inaceitável. E isso tem efeitos danosos, já que o erro faz parte da vida e do processo de aprendizagem, não só na infância, mas em todas as idades.

Por isso, ao invés de proteger totalmente os filhos, é essencial deixá-los experimentar a frustração. E conversar com eles, perguntando como eles sentem aquela emoção em seu corpo, o que aprenderam sobre a situação, o que poderiam fazer em uma próxima vez. 

É fundamental transmitir-lhes segurança de que errar faz parte da vida, que o valor deles não consiste no quanto acertam e que é essencial aprender com as frustrações e com os erros. Quando a criança falha e, após algumas tentativas, consegue algo que desejava muito, isso pode ensiná-la sobre resiliência e aprender que situações elas podem resolver e quais não estão sob o seu poder de decisão.

Autonomia e momento para intervir

A resolução de conflitos exige uma série de habilidades que são aprendidas e estimuladas pelos cuidadores. No começo, eles devem realizar intervenções não só para ajudá-las a solucionar os conflitos, mas também para ensiná-las a desenvolver autonomia para resolver os seus conflitos.

Por isso, não é recomendado forçá-las a pedir desculpas nem a abraçar ninguém, pois isso não ensina a criança a solucioná-lo e pode ensiná-la que o afeto e o perdão são obrigações (e não processos genuínos). O melhor é colocar perguntas como: sua atitude funcionou para solucionar a briga? Qual jeito seria melhor para resolver essa situação? 

É essencial colocar questões à criança e problematizar, ajudá-las a entender o que fizeram, os seus desejos e como poderiam ter feito de outra maneira. Vale lembrar que os conflitos são fenômenos naturais e importantes, que convidam crianças e adultos a perceberem quais são suas prioridades e seus desejos e entenderem que outras pessoas podem ter preferências diferentes.

Estratégias lúdicas

As crianças aprendem brincando. É a partir de recursos lúdicos como jogos, histórias e faz-de-conta que elas vão percebendo o mundo ao redor e aprendendo como ele funciona.

Por isso, brincar pode ser uma ótima estratégia para que seu filho aprenda a lidar com a frustração. Perder um jogo e seguir regras que já foram definidas antes são situações que podem causar frustração. É importante acompanhá-las e não deixá-las ganhar sempre. 

Além disso, ler histórias é um recurso fantástico para pessoas de todas as idades lidarem com situações desafiadoras da vida, envolvendo emoções como raiva, inveja, frustração, tristeza, entre outros exemplos. É vital que a história suscite reflexões valiosas e conversas sinceras. 

Tenha curiosidade pela criança e pergunte a ela questões como: o que você achou da atitude desse personagem? Como você faria? As crianças são criativas e essas conversas podem render trocas muito proveitosas, que também ajudam a fortalecer o vínculo com os cuidadores.

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