Investir de forma racional: Homens versus Mulheres

A discussão acerca da racionalidade no contexto de investimentos entre homens e mulheres é complexa e não pode ser simplificada. Ambos os gêneros possuem abordagens distintas em relação aos investimentos, sendo influenciados por uma série de fatores por isso é importante saber aprender a como investir.

Historicamente, observa-se que homens muitas vezes tendem a adotar estratégias mais arriscadas em seus investimentos. Isso pode estar enraizado em construções culturais que valorizam a busca por retornos elevados, mesmo que isso implique em assumir riscos consideráveis.

Em contraste, mulheres frequentemente demonstram uma abordagem mais cautelosa e de longo prazo para investir. Elas têm a tendência de realizar pesquisas minuciosas, buscar aconselhamento profissional e estão inclinadas a avaliar cuidadosamente os riscos envolvidos antes de tomar decisões.

Todavia, é importante enfatizar que essas são tendências gerais e não devem ser tratadas como regras rígidas. Cada indivíduo possui uma abordagem única em relação aos investimentos, influenciada por fatores como nível de educação financeira, experiências anteriores e personalidade.

Portanto, é mais apropriado considerar que a racionalidade no contexto de investimentos não é ditada pelo gênero, mas sim pela habilidade de tomar decisões informadas, avaliar riscos de maneira sensata e alinhar as escolhas com objetivos financeiros pessoais.

A percepção convencional de que as mulheres são mais emocionais do que os homens e que isso prejudica suas decisões, especialmente em relação a investimentos, é desafiada pelas pesquisas mais recentes da economia comportamental. Surpreendentemente, estudos apontam na direção oposta.

Nos domínios de investimento, são os homens que muitas vezes se mostram mais suscetíveis às emoções ao tomar decisões, o que pode impactar negativamente seu desempenho financeiro, especialmente durante períodos de alta volatilidade, como os últimos três anos.

Terrance Odean, professor de finanças da Universidade da Califórnia, realizou um estudo ao longo de sete anos sobre escolhas de ações, concluindo que as carteiras de ações gerenciadas por mulheres superaram as dos homens em 4,6% em termos de rentabilidade. Isso indica que as mulheres tendem a tomar decisões de investimento mais racionais e fundamentadas.

Outro estudo conduzido por Adam Hennick, um consultor de investimentos no Canadá, revelou que os homens eram mais propensos a tomar decisões de compra de ações baseadas em “intuição” ou “pressentimento”, em uma proporção de 13,7% em comparação com 7,5% das mulheres. Além disso, 34,2% dos homens estariam dispostos a comprar ativos com base em recomendações de amigos, enquanto apenas 27,8% das mulheres o fariam.

O fator tempo também desempenha um papel crucial. Investir com pressa muitas vezes leva a decisões impulsivas e arrependimentos futuros. Pesquisas demonstram que as mulheres têm uma propensão maior a ponderar, pesquisar e refletir antes de tomar decisões significativas. Por outro lado, os investidores masculinos tendem a agir com menos cautela e são menos propensos a questionar suas escolhas.

Uma pesquisa conduzida no Reino Unido em 2021 destacou que a participação das mulheres em investimentos online em ações era de 29%, significativamente menor do que os 47% de participação dos homens.

O excesso de confiança pode levar os homens a realizar mais transações e a pesquisar menos, resultando em retornos financeiros inferiores. As mulheres, por sua vez, obtiveram melhores resultados ao focar em economia de custos de transação e impostos sobre ganhos de capital. Adotar uma abordagem mais serena pode, na verdade, contribuir para retornos a longo prazo mais sólidos.

A pesquisa sustenta a ideia de que encontrar um equilíbrio entre emoções e finanças é crucial para evitar decisões impulsivas nos investimentos, levando em consideração os custos envolvidos. Uma das razões pelas quais as mulheres podem se sobressair nos investimentos é a sua habilidade natural de lidar com emoções. Ao reconhecer e gerenciar essas emoções, é possível proteger-se de ser controlado por elas e minimizar seu impacto negativo nas finanças pessoais.

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